sábado, maio 4, 2024
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Quem a homofobia matou hoje?

A homofobia é um fato que ocorre diariamente no Brasil onde os membros da comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais e Assexuados) são agredidos por conta da sua opção sexual; Segundo Carolina Cunha colunista do site UOL em um artigo publicado no ano de 2016, o Brasil é um dos países mais perigosos para essas pessoas, em média é morto um LGBTQIA+  a cada 27 horas.

Dandara, 42 anos, travesti, foi vítima desta covardia ao ser apedrejada espancada e logo depois morta com vários tiros, este foi um fato que repercutiu de forma muito intensa pelo país. Nas redes sociais e nas ruas as pessoas deixavam sua indignação com este crime bárbaro onde a vida de uma pessoa inocente foi interrompida por conta de sua orientação sexual.

  Em um artigo publicado pelo website dois terços, por Genilson Coutinho em 11 de julho de 2016, diz que a Secretaria Especial de Direitos Humanos recebeu no disque 100 (canal de denúncias sobre violação de direitos humanos) 1.983 ligações relacionadas à população LGBTQIA no ano de 2015. Este representa um aumento de 18,56% em relação ao ano de 2014. A grande parte das denúncias são registradas nos estados da região Sudeste: Rio de Janeiro e São Paulo lideram este ranking. Porém considerando o número de habitantes, o maior número de denúncias de violação contra a população está na Paraíba, Rio Grande do Norte e Distrito Federal e quanto as violações ditas pelo público LGBT, a maior parte das denúncias registradas está relacionada a discriminação, violência psicológica e violência física.

Conforme o relatório feito pelo GGB Grupo Gay da Bahia no ano de 2016, os crimes contra essa população são cometidos normalmente de noite ou madrugada, na rua ou até mesmo dentro de sua própria casa, o que impossibilita que os criminosos sejam identificados. O grupo diz ainda que, somente em 17% dos homicídios registrados no ano passado houve identificação dos autores do crime, e menos de 10% das ocorrências obtiveram resultado em abertura de processo e prisão dos assassinos. Nota-se que ainda há um grande desafio para o país acabar com o preconceito e a violência contra esta população. São vários os relatos de casais do mesmo sexo que diariamente enfrentam constrangimentos e não se sentem seguros em manifestar o afeto ao companheiro nos restaurantes, bares e locais públicos. Nas ruas, sempre são assediados e ameaçados, no trabalho e nas escolas adolescentes e jovens muitas vezes são vítimas do famoso bullyng.

É importante dizer que todo ser humano, independentemente de sua sexualidade, tem o direito a um tratamento adequado assim com as outras pessoas, é dever do estado interferir com toda a sua autoridade e fazer leis mais rígidas para punir quem descriminar ou maltratar os homossexuais. Para termos uma sociedade mais justa e sem descriminação é preciso aceitas as diferenças, principalmente as que não interferem em nossas vidas. Esses crimes de homofobia já se encontram em estado alarmante pois os números de morte aumentam cada dia mais e apesar das militâncias feitas, a prática da homofobia no Brasil parece e não mudar. Os governantes do país não movem uma palha se quer para que se possa acabar com esse preconceito banal e assim a situação só vai piorando, deixando com que esse fato tome conta do Brasil.

No dia 17 de maio, comemora-se o dia mundial do combate a homofobia, dia este que é muito importante para a conscientização e mobilização das pessoas. No Brasil manifestações como passeatas e paradas são feitas como formas de protesto pelos direitos desta comunidade e contra a violência que os assombram, esse dia lembra também que homossexualidade não é doença e que é preciso ter respeito ao próximo.

Ao assistir os noticiários pode-se perceber que o Brasil está em estado de calamidade quando se fala em violência contra os LGBTQIA+  e também vejo que país tem uma educação deficitária onde a maioria das crianças e jovens não são formados para a cidadania, para a liberdade e autonomia por não haver uma integração entre família escola e comunidade, as quais possuem ferramentas indispensáveis na formação dos indivíduos. É preciso que haja uma reorganização dos movimentos sociais e que as leis para este público se tornem mais eficazes para uma maior proteção dessas pessoas e que aconteça uma educação domestica abrindo a mente do indivíduo e fazendo com que ele aprenda a respeitar o próximo independente das diversidades.

Luciano Ventura de Souza Júnior é estudante do Curso de Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Oeste da Bahia e Criador de conteúdo digital.

As opiniões expressadas neste artigo, são de inteira responsabilidade do autor. Não necessariamente, refletem a posição institucional deste veículo.

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