Uma reunião realizada na tarde de ontem (28) discutiu as condições precárias dos ônibus da empresa Novo Horizonte. O encontro aconteceu na Loja Maçônica Luz e Liberdade, no Clube da Fraternidade Antônio Duarte Porto, em Bom Jesus da Lapa, reunindo familiares de vítimas, passageiros, autoridades e representantes da sociedade civil.
A iniciativa foi motivada por um grave acidente envolvendo um dos veículos da empresa, que tombou próximo a Feira de Santana. Durante o evento, a advogada Prícia Rodrigues Cotrim e seu irmão, Daniel Cotrim, participaram por chamada de vídeo e relataram os momentos de desespero vividos no acidente. Prícia destacou a negligência na manutenção dos veículos e a falta de segurança oferecida pela companhia.
Lucas Cotrim, pai de duas vítimas, ressaltou a preocupação com a qualidade dos serviços prestados. “Imaginem um pai acordar às seis da manhã com uma notícia trágica envolvendo seus filhos. Graças a Deus, todos foram protegidos, mas tivemos passageiros com escoriações, fraturas graves, pessoas que precisarão colocar pinos na coluna”, afirmou. Segundo ele, o ônibus já apresentava falhas antes de sair, como falta de cinto de segurança e problemas estruturais. “Não queremos fechar a empresa, queremos que ela ofereça um serviço de qualidade”, completou.
Daniela Rodrigues Rocha Cotrim, esposa de Lucas e mãe de dois passageiros acidentados, destacou a importância de transformar as denúncias em medidas concretas. “Acordar às 5h17 da manhã com uma chamada de vídeo e ver meus filhos naquela situação foi desesperador. Precisamos fazer com que essas histórias se tornem números e registros oficiais para que algo mude”, declarou. Ela informou que os relatos serão anexados a uma ação civil pública movida contra a Novo Horizonte desde 2023.
Para fortalecer a iniciativa, os participantes decidiram reunir provas, como fotos, vídeos e bilhetes de passagem, que serão enviadas ao Ministério Público. Também foi sugerida a criação de grupos de passageiros via WhatsApp para acompanhar o processo.
O Secretário de Finanças do Município, Gildásio Jr, se pronunciou sobre o problema, afirmando que as reclamações contra a Novo Horizonte e outras empresas de transporte são recorrentes e necessitam de solução urgente. “Sabemos que a concessão do serviço é estadual, mas, enquanto município, estaremos atentos e acompanhando a fiscalização junto à sociedade civil para garantir um transporte seguro e adequado”, afirmou.
A população de Bom Jesus da Lapa segue mobilizada, aguardando melhorias no serviço prestado pela Novo Horizonte. “Lidar com vidas humanas exige responsabilidade, e não tem preço que pague”, concluiu Daniela Cotrim.
Por Tonny Pedroso